15 janeiro 2004

2º CAPÍTULO DA NOVELA - PILOTO AMERICANO PAU NO CÚ!!

Piloto não dormiu em hotel porque não quis; veja entrevista com procurador da República em Guarulhos
15/01/2004 - 13h18
da Redação
em São Paulo

Enquete: Você concorda com a prisão do piloto?

O procurador da República em Guarulhos Matheus Magnoni, que representou o Ministério Público no episódio de desacato do piloto americano Dale Hersch, afirmou que Hersch não passou a noite de ontem em um hotel porque não quis. "Foi opção dele (dormir em uma sala no aeroporto de Guarulhos), em associação com a empresa aérea (American Airlines). Nada obstava a permanência dele no Brasil."

Paulo Henrique Amorim perguntou a respeito da decisão de reter o passaporte de Hersch até que a multa de R$ 36 mil fosse paga: "Você tinha medo de que o cheque fosse voador?" A resposta foi: "A medida que eu tomei para evitar que ele se evadisse foi reter o passaporte."

O piloto foi preso ontem, depois de fazer um gesto obsceno à Polícia Federal na hora em que seria fichado.

A decisão do Tribunal de Justiça de Guarulhos foi de que Hersch pagasse uma multa de R$ 36 mil pelo desacado à autoridade. Depois do acordo, ele foi liberado para dormir onde quisesse, mas preferiu pernoitar em uma sala no aeroporto de Guarulhos. O passaporte de Hersch foi devolvido na manhã de hoje, quando a American Airlines pagou a multa de R$ 36 mil em dinheiro. "Em função desse processo do qual resultou a transação penal, não há empecilho ao retorno ao território nacional", diz o procurador.

Magnoni explica por que o valor da multa aplicada ao piloto foi de R$ 36 mil. "O valor é expressivo quando comparado com a média por dois critérios. O primeiro é a condição financeira dele, que é muito boa. O segundo é a repercussão e gravidade da conduta dele. Além do desacato, ele mostrou desdém e desrespeito com a sociedade, o povo brasileiro e a Polícia Federal."

A retenção do passaporte foi, explica o procurador, uma medida de cautela. "O cheque de um dos diretores (da American Airlines) foi deixado. O passaporte foi retido. Ele seria devolvido ou quando o cheque fosse compensado, ou com a troca do cheque por dinheiro vivo. A empresa optou por essa solução."

Os R$ 36 mil serão pagos à entidade beneficente Asilo São Vicente de Paula, em Guarulhos. "O Ministério Público e a Justiça têm um rol de entidades beneficentes. A pena é comum. Ela é aplicada nos crimes de menor potencial ofensivo. Essa foi a maior prestação pecuniária da Justiça de Guarulhos", afirmou o promotor.

Nenhum comentário: